sábado, 15 de novembro de 2008

Glossário de PA1 Bruno Massara

Na disciplina de Projeto de Arquitetura 1 o Prof. : Bruno Massara desenvolve exercícios que abordam o ambiente e o cotidiano e espaço e relações sociais. Um dos objetivos da disciplina é iniciar o aluno em um processo crítico de análise, concepção e produção arquitetônica, partindo da discussão sobre o habitar na cidade contemporânea.
Estão programados nas atividades propostas alguns procedimentos tais como diagramas; abordagens sobre o território: mapeamento (cartografias). Estes procesimentos/ conceitos têm um papel significativo na arquitetura contemporânea e não devem ser utilizados acriticamente. O glossário permite que sejam verificados ou designados ou ainda ressemantizados. É um recurso pedagógico de apoio as atividades programadas tais como as possibilidades de transposição dos limites do prisma (proposto como habitação de dimensões restritas e intervenções com planos e outras superfícies limitadas).
Neste processo solicitam-se abordagens críticas das relações de ocupação e uso dos espaços a partir do agenciamento dos conceitos de TEMPO, AÇÃO, LUGAR e PERSONAGENS. Os alunos deverão investigar propostas que avancem sobre os estereótipos atuais ou “modelos de mercado”. As ambiências propostas deverão contemplar uma análise adequada da interferência da LUZ, TEMPERATURA, TEXTURA, capacidade de ADAPTAÇÃO, relações com IMAGENS. Estes ítens estão explicados no Glossário anexo. Assim também se sucede com o exercício do tópico espaço e relações sociais.
Glossário

[ territorialidades ]
áreas que definem atividades e ações dos usuários pelo seu caráter e ambiência

[ barreiras ]
elementos que encerram, limites, de caráter físico, intransponíveis
[ membranas ]
elementos etéreos, que sugerem divisões espaciais, sem limites físicos rígidos
[ contaminações ]
áreas de contágio entre ações diferenciadas mas complementares, interferência de usos espaciais seja pela propagação do ruído, da apropriação dos lugares, pela percepção visual
[ atratores ]
elementos ou áreas de agregação, espaços de centralidade, zonas de ajuntamento

[ Diagramas ]
Diagramas são ferramentas visuais usadas para compreender diversos tipos de informações. O seu uso na arquitetura vem buscando ampliar o leque de possibilidades de representação para situações que demandam de um alto grau de articulações. Uma das características fundamentais destes métodos comunicacionais é seu forte poder de síntese, que permitem a produção de imagens esquemáticas contendo mais informações de que em muitas linhas escritas. Esta técnica envolve uma convergência entre idéias e formas, conteúdos e estrutura, através da inserção de elementos sugestivos. Mas não é uma imagem aleatória.
O diagrama envolve o uso e aplicação de aspectos como tempo, ação, personagens, lugar, eventos, duração e trajetória combinados entre si de forma a permitir não apenas o entendimento de uma situação específica, mas das causas que levaram a ela. Embora o diagrama explique as relações em um objeto arquitetônico, ele não necessariamente reproduz sua forma física, ele faz a representação de forma diferente, tentando revelar estruturas de organização. Ou seja, ele é a representação de algo que não é a coisa em si. O diagrama não é apenas uma explicação, como algo que vem depois, ele atua com algo intermediário, tocando no processo de geração do espaço. São relações de força, que indicam momentos de constância, de ações que se parecem, de locais que se interagem em termos de usos. É um tipo de representação que nunca está liberada de valores ou significados, mas sempre relaciona espaços com as atividades que neles ocorrem, com a duração e a intensidade destas atividades, com quais objetos são por elas envolvidos dentro de cada espaço, de forma que partindo de qualquer um dos itens envolvidos, possa se apreender sua forma de articulação com os demais. O diagrama é uma forma de representação que é ao mesmo tempo explicativa e analítica, que mostra e também relaciona os diversos fatores envolvidos num dado processo. Ao contrário das formas tradicionais de representação, o diagrama funciona como um mediador entre o objeto palpável e as ações e relações que nele se desenvolvem.

[ Abstrato/Abstração ]
Que designa uma qualidade separada do objeto a que pertence; o que se considera existente só no domínio das idéias e sem base material; diz-se da manifestação artística de conteúdo e forma alheios a qualquer representação figurativa, que é característica de diferentes épocas, culturas, ou correntes estéticas, e transcende as aparências exteriores da realidade.

[ Engenhosidade ]
Refere-se à investigação conceitual que antecede a execução do diagrama, ou seja, a constante reflexão sobre os objetivos do exercício. Compreende a maneira de explorar a mídia papel (impressões, desenhos, colagens, montagens, transparências, sobreposições, dobras, materiais não convencionais) em sua forma física. Envolve a diagramação das informações na mídia escolhida e a apropriação gráfica do espaço disponível. Devem estar claras as relações entre as estratégias utilizadas e os resultados obtidos, de forma que seja evidente o encaminhamento de leitura do diagrama.

[ Legibilidade ]
Clareza na forma de veicular as informações. Avaliação da capacidade de tornar compreensível a leitura do diagrama, não significando uma leitura rápida, nem imediata, nem literal.
[ Eficiência ]
Coerência entre as intenções da investigação conceitual e a dosagem gráfica utilizada para a sua comunicação. Envolve a habilidade em calibrar os elementos escolhidos (cores, gráficos, imagens, ícones, legendas, letras, palavras) para compor o diagrama de tal forma que a execução corresponda a uma qualidade sem excessos nem deficiências de informações.

[ Luz ]
Buscar explorar a luz natural como um elemento imprescindível na constituição de uma atmosfera agradável de ocupação humana seja no cotidiano ou em ocasiões específicas. Explorar o conforto e a qualidade visual nos espaços propostos, abordando também as dimensões sociais, estéticas, ecológicas e funcionais propiciadas pela luz natural ou artificial. Refletir sobre as particularidades inerentes à luz, envolvendo aspectos simbólicos ou de ampla possibilidade de interpretação pelos usuários. Utilizar da luminosidade como possibilidade de conferir ao espaço proposto densidade, leveza, sombras, privacidade, etc.

[ Som ]
Investigar as qualidades sonoras a partir da compreensão dos princípios físicos de propagação das vibrações e dos ruídos provocados por vozes, aparelhos sonoros, veículos, efeitos naturais, etc.
[ Temperatura ]
Investigar as relações de calor entre os ambientes, a qualidade térmica possível de ser proporcionada utilizando-se recursos naturais, e a coerência na utilização dos recursos artificiais. Discutir como as sensações térmicas influenciam no comportamento dos usuários, tanto em situações práticas mais voltadas para ações funcionais quanto para situações de ordem simbólica ou sensorial de concentração, relaxamento, descanso, lazer.
[ Texturas ]
Investigar percepções de rugosidade, lisura, aspereza, brilho, unidade, aridez nos materiais e superfícies.
[ Adaptação ]
Estudar a capacidade de ajuste ou reorganização do espaço proposto em função de diferentes condições de uso, relacionando suas formas de acomodação dadas em função do mobiliário, divisões espaciais, resgatando os conceitos de `membrana`, `barreira’ e `contaminações’.
[ Imagens ]
Pensar sobre a interferência gráfica de imagens, grafites, banners, fotografias, transparências em contato com a arquitetura.

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